Uma tartaruga é a maior aposta do governo brasileiro para conseguir
trazer de volta ao país um fóssil contrabandeado, 70 anos após a
assinatura de lei que proíbe a saída desse patrimônio.
O fóssil de 20 cm está na Universidade Teikyo Heisei, no Japão, e é
importante por dois motivos. Além de Santanachelys gaffneyi ser a
tartaruga marinha mais antiga conhecida, foi a partir dessa peça que a
espécie foi descrita em 1998. Ou seja, "nasceu" nos registros
científicos.
Os fósseis brasileiros, muitas vezes exclusivos e bem conservados, são
bons de venda em leilões no mundo todo. Em museus e universidades do
exterior, nossa riqueza paleontológica também tem destaque. Um sucesso
que, no entanto, tem gosto amargo: muitas dessas peças são fruto de
contrabando.
A saída de fósseis do Brasil sem autorização do governo é proibida desde
1942. Mesmo depois de tanto tempo, a remessa ilegal de riquezas
pré-históricas ainda é intensa. E o país nunca conseguiu reaver as peças
levadas.